O jogo da micro–anarquia
Na década de 50 os fãs da psicanálise chegaram a afirmar que o homem não vivia era o inconsciente quem o vivia. Antes, na passagem do século XIX para o século XX, a sociologia holística afirmou que não havia chances para decisões individuais. Os fatos sociais, o quadro de forças históricas e econômicas superavam toda tentativa de intervenção individual.
De tal forma que o ser humano ficou assim, como um fino pedaço de mortadela entre a fatia da história e a fatia do inconsciente. Infelizmente, este dilema não tem um fim próximo. Em quanto isto não se resolve podemos tentar passar pela fresta da mortadela e exercitar “flashes” micro-anarquicos que nos devolvam o poder que nunca tivemos.
A seguir algumas propostas inócuas:
a) Fique numa parada de ônibus esperando nada, indo para lugar nenhum. O rebanho de pessoas do seu lado terá a ilusão que você é um deles;
b) Ao chegar no trabalho, retire o crachá da “coleira” e passe pela catraca somente o crachá. Agente já se curva suficiente o resto do dia.
c) Retire o olhar das mulheres ou dos homens muito atraentes. B. Russell já dizia que a ausência de algumas coisas é fundamental para nossa felicidade;
d) Faça uma viajem a uma cidade distante, caminhe pelo centro, entre a multidão, pense que os músculos do seu rosto não vão se contrair, você não encontrará alguém conhecido. Você é uma formiga, um sapato gigante poderá tirá-lo de cena em qualquer momento;
e) Quando sair de casa e encontrar os sinais vermelhos e, depois, fechados os locais que procuravas. Sente na calçada, espere que a corrente da bicicleta do mundo se acomode nas suas coroas. As vezes somos mais papistas que o Papa.
f) Faça uma tatuagem numa parte oculta e bem doída do corpo. De preferência uma tatuagem que tenha uma função compensatória. Do tipo uma cobra imensa de pê. Se você tiver problemas de ereção. Dias antes de fazer a tatuagem você conhecerá a fragilidade humana, dias depois você conhecerá uma das duas irmãs mentirosas, “a glória”;
g) Chore, chore toda vez que puder. Justo na frente do seu amor, num café às 15: horas de tarde, quando a metade da humanidade está empurrando o carro do mundo. Fume se quiser, use um boné. Olhe as amáveis sombras das árvores ensolaradas. Chore de novo. Volte pela fresta, volte, ocupe seu lugar de mortadela. “amanhã será outro dia”.
De tal forma que o ser humano ficou assim, como um fino pedaço de mortadela entre a fatia da história e a fatia do inconsciente. Infelizmente, este dilema não tem um fim próximo. Em quanto isto não se resolve podemos tentar passar pela fresta da mortadela e exercitar “flashes” micro-anarquicos que nos devolvam o poder que nunca tivemos.
A seguir algumas propostas inócuas:
a) Fique numa parada de ônibus esperando nada, indo para lugar nenhum. O rebanho de pessoas do seu lado terá a ilusão que você é um deles;
b) Ao chegar no trabalho, retire o crachá da “coleira” e passe pela catraca somente o crachá. Agente já se curva suficiente o resto do dia.
c) Retire o olhar das mulheres ou dos homens muito atraentes. B. Russell já dizia que a ausência de algumas coisas é fundamental para nossa felicidade;
d) Faça uma viajem a uma cidade distante, caminhe pelo centro, entre a multidão, pense que os músculos do seu rosto não vão se contrair, você não encontrará alguém conhecido. Você é uma formiga, um sapato gigante poderá tirá-lo de cena em qualquer momento;
e) Quando sair de casa e encontrar os sinais vermelhos e, depois, fechados os locais que procuravas. Sente na calçada, espere que a corrente da bicicleta do mundo se acomode nas suas coroas. As vezes somos mais papistas que o Papa.
f) Faça uma tatuagem numa parte oculta e bem doída do corpo. De preferência uma tatuagem que tenha uma função compensatória. Do tipo uma cobra imensa de pê. Se você tiver problemas de ereção. Dias antes de fazer a tatuagem você conhecerá a fragilidade humana, dias depois você conhecerá uma das duas irmãs mentirosas, “a glória”;
g) Chore, chore toda vez que puder. Justo na frente do seu amor, num café às 15: horas de tarde, quando a metade da humanidade está empurrando o carro do mundo. Fume se quiser, use um boné. Olhe as amáveis sombras das árvores ensolaradas. Chore de novo. Volte pela fresta, volte, ocupe seu lugar de mortadela. “amanhã será outro dia”.
Abraços do Eladio.
PS: Não adianta, tudo isto que acabei de dizer é muito pequeno-burguês, é simplesmente podre.
Imágem: Desejo / Eladio Oduber. Março / 2007
2 Comments:
Querido Eladio,
vamos instaurar o partido anarquista brasilairo? Fazer as pessoas agir, questionar mais sobre suas metas, missão e não ficar apenas na encrenagem que a vida anestcia.
Beijos
Ser anarquista talvez seja inclusive não montar o partido anarquista, e sim reconhecer no dia-a-dia formas de agir de forma anarquista...Como Eladio propõe. Assino embaixo de todas as tuas receitas. E se for pequeno-burgués, por que não? Há coisa na pequeno-burguesia que são plauséiveis para todas as outras classes... chega de censura!!!
Luciana
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