Picasso, pesquisa e as facas amoladas
Picasso tinha, além de inúmeros talentos, uma enfunada autoestima. Antes de conquistar a fama, um dia, pediu a sua esposa, François Gillot, que trocasse o desenho que fez num guardanapo por um quilo de carne na quitanda do seu quarteirão. Talvez Picasso nunca sentiu-se "imperfeito" assim como se sentem as pessoas devotadas a profissões inefáveis e eternamente inacabadas.
A sospeita de não poder materializar os desejos nos mortifica. A ciência como a política se alimentam deste sentimento, ambas prometem um futuro em que poderemos concretizar nossas utopias. Até lá, nossas vidas permanecem sem acabamento.
Podemos elaborar melhor nossas respostas e aproximar-nos das facas amoladas. Podemos ter boas perguntas e bons amigos ou manternos longe de dois vícios: o de não tomar partido e o de tomar partido, recuperando anseios que são comuns a muitos de nós, por exemplo, o senso de "tribalidade". Tenhamos piedade do nosso ser científico, virando dois...um indo na frente espantando os medos e outro atrás sem falar, modificando o própio campo magnético, em comunião com o pathos, com aquilo que nos arrasta e sobre o qual não temos controle. Quase como uma esquizofrenia do bem.
Assim poderemos fazer e viver a pesquisa.
beijos a todos do Eladio Oduber
Conferir: MAY Rollo. A procura do mito. São Paulo: Manole , 1992
A sospeita de não poder materializar os desejos nos mortifica. A ciência como a política se alimentam deste sentimento, ambas prometem um futuro em que poderemos concretizar nossas utopias. Até lá, nossas vidas permanecem sem acabamento.
Podemos elaborar melhor nossas respostas e aproximar-nos das facas amoladas. Podemos ter boas perguntas e bons amigos ou manternos longe de dois vícios: o de não tomar partido e o de tomar partido, recuperando anseios que são comuns a muitos de nós, por exemplo, o senso de "tribalidade". Tenhamos piedade do nosso ser científico, virando dois...um indo na frente espantando os medos e outro atrás sem falar, modificando o própio campo magnético, em comunião com o pathos, com aquilo que nos arrasta e sobre o qual não temos controle. Quase como uma esquizofrenia do bem.
Assim poderemos fazer e viver a pesquisa.
beijos a todos do Eladio Oduber
Conferir: MAY Rollo. A procura do mito. São Paulo: Manole , 1992
1 Comments:
nossas vidas... sem acabamento... sem conclusões... no entanto terá seu fim. antes disso! sim! às facas amoladas! artefatos de vivências, não de sobrevidas. qual pessoa de ciência tem em seu rosto uma bela cicatriz resultado de suas idéias? novamente perguto. quanto afeto há por trás de uma idéia? risco minhas lâminas contra a frieza da comunicação de habermas! também não corto minhas garras utópicas! sim! o que nos resta... a esquizofrenia, a antipolítica, a não futuração, os vícios de se unir a uma matilha, a liberdade que se faz destino e, por fim, tudo aquilo que não temos controle. daqui eis meu tesouro escondido... o vejo no próximo porto.
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