Iconoclastia
Reajo às cartas marcadas do pensamento como um caubói dos faroestes de antigamente: sem muita reflexão e lançando projéteis que querem estilhaçar a fragilidade do lugar-comum que se pretende inatingível ou inquebrável. (Não dá pra querer ganhar de um pistoleiro profissional com cartinhas marcadas ou com movimentos de mãos já meio enlanguescidos pelo uísque).
Alcanço a perfeição mesmo quando não contenho minha verve, mas a cena tem um tom de comédia e o mocinho é meio clown, como o Trinity. Se tudo dá certo, meus disparos são só um bangue-bangue, um tiroteio divertido, ruidoso. (Nada que se aproxime à reverencia silenciosa das metralhadoras do primeiro Matrix).
Acho que é isso: silêncio não combina com iconoclastia. Digamos que não cai bem. Nem silêncio, nem reverência.
Cinthia Oliveira
Para o Luiz Fernando, como um pedido de desculpas.
Imagem: Sancho Krazz / Eladio Oduber / maio 2008
2 Comments:
As-salaam-alaykum,
Kaifa-haluk? (Como vai?), vagando a vontade por este mundo me deparei com essa sua infâmia magnífica, a iconoclastia. Mabrook (parabéns) pelo bang-bang pastelão, mas caubói é um mal símbolo para um iconoclasta. Afwan (com sua licença) não 'enterres meu coração na curva de um rio', Na'am (sim) me convides para derrubar mais duas torres. Do verbo, nasce o símbolo, pai de todos os ídolos.
Shukran jaziilan (muito obrigado), ma'as-salama (tchau)
Caríssima Cínthia,
O texto é excelente, como não poderia deixar de sê-lo.
O bang-bang do cotidiano só enriquece.
Quanto ao oferecimento, agradeço. Quanto ao pedido de desculpas (ignoro - hehe), o mesmo é totalmente descabido (hehe). Não há qualquer motivo para tanto.
Tchau Tchau
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